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A história de Itaara remonta a presença indígena na região central do Estado. Mais especificamente é possível mencionar o ano de 1634. Nesse período, uma grande proporção de área do território onde hoje é o município de Itaara, então pertencente ao atual município de São Martinho da Serra, era habitada por indígenas da tribo Tapes que viviam nas rebordas do rio Ibicuí mirim. “Ibitimiri” foi o nome batizado pelos índios. A presença do povo autóctone era representativa. Segundo o historiador Romeu Beltrão (1958), em 1634 houve em São Martinho da Serra a criação da missão jesuítica de São Cosme e São Damião pelo padre Adriano Formoso. O fluxo de índios era intenso e as terras de Itaara foram habitadas e exploradas por tal povo. No atual município há relatos do encontro de objetos e de tipos de abrigos utilizados pelos índios. A relação com São Martinho da Serra continua com a construção do Forte Espanhol ou Trincheira de São Martinho, representando a fronteira entre o lado espanhol e o português. Fronteira constantemente alterada com os diferentes tratados assinados entre as coroas de cada Império. A presença de contingente militar em fluxo permanente pela região de Itaara é salientada pelos historiadores Teófilo Torronteguy e Rejane Flores (1999). De 1763 em diante, a região de Pinhal (atual Itaara) foi “visitada” por espanhóis e luso-brasileiros. Já em 1775, segundo os historiadores referidos, Pinto Bandeira e sua tropa ficaram guarnecidos na Picada do Pinhal para, no ano seguinte, tomar de assalto o Forte. A ocupação das terras do atual município de Itaara seguiu a política de ocupação, povoamento e defesa do território do Rio Grande do Sul adotada pela Coroa Portuguesa: a doação de sesmarias. Por volta de 1816 foram doadas sesmarias que contemplavam áreas do atual território de Itaara, como as de Luciano Pinheiro e João Batista de Oliveira Melo (Beltrão, 1958). Este último, comandante da Guarda Nacional na região. Entre os anos de 1825 e 1850 fio o período que define os caminhos no Rio Grande do Sul, segundo o historiador Laudelino Medeiros (1969). Além disso, neste intervalo ocorreu a revolução Farroupilha (1835 – 1845). Para Itaara tal fase marcou a abertura da estrada do Perau no ano de 1840, realizada pelo exército farrapo. Em 1850 o Governo brasileiro cria a Lei de Terras, que no seu tocante proibia a doação de terras para ocupação ou colonização. Sob essa perspectiva se desenvolveu o processo de colonização em Itaara. A colonização representou o início da urbanização e desenvolvimento do povoado chamado de São José do Pinhal. No ano de 1857, os alemães Jacob Albrecht, Jacob Adami e Miguel Kroeff compraram lotes de terras do cirurgião Manoel Alves, iniciando o processo de colonização alemã em Itaara. Pela Lei de 21 de maio de 1882, a localidade de São José do Pinhal é elevada à condição de Freguesia e continua em plena expansão até 1885. Ano da inauguração da Linha Férrea de Santa Maria/Porto Alegre. Em 1904, o banqueiro Maurice Hirsh, atravé da Jewish Colonization Association (ICA), adquire terras de Emília Pereira Santos e Camilo Barcelos. Terras que eram parte da Estância do Coronel João Batista de Oliveira Melo. Assim, neste período inicia-se a segunda colonização em território de Itaara e a primeira judaica do Brasil, com a presença dos imigrantes judeus oriundos da região da Bessarábia, atual Ucrânia. O nome definido foi Colônia Philippson em homenagem ao administrado e conselheiro da ICA, o senhor Franz Philippson. No ano de 1943 ocorre a instalação da Sub-Prefeitura em Itaara com funcionamento provisório na residência de Raul Von Ende, sendo o seu primeiro titular Horácio Correa. Este foi sucedido por Delmar Ramos, Idalécio Rodrigues dos Santos, Osmar Correa de Motta, Antonio Dias (que transfere a Sub-Prefeitura para o Lermem), Venâncio Pinto Ribas, Alcides Pinheiro, José Segatto, Cassiano Rocha (conseguiu sede própria, após ter funcionado no armazém do Sr. Brian Bopp), José Julio Serafim de Almeida, João Bittencourt Barbosa, João Carlos Bopp, novamente o Sr. José Julio Serafim de Almeida. O Plebiscito da emancipação do Município de Itaara foi realizado no dia 22 de outubro de 1995. No dia 28 de dezembro do mesmo ano, através da Lei Estadual n° 10.643, assinada pelo Governador Antonio Britto, foi criado oficialmente o Município sendo sua instalação em 1° de janeiro de 1997.

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